Nesta quarta-feira (8) completou um mês dos atos antidemocráticos aos Três Poderes protagonizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inconformados com a eleição e posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A condenável e reprovável depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) teve como consequência o fortalecimento da democracia. Isso foi demonstrado, especialmente, pela união dos governadores de todos os Estados e dos representantes dos Poderes no dia seguinte aos atos de 8 de janeiro, em Brasília, e com um recado duro: não seriam admitidos novos ataques às instituições. Estados disponibilizaram, inclusive, força policial para a Capital Federal – o Rio Grande do Sul foi um dos que enviaram agentes da Brigada Militar.
Além da união das autoridades, é fundamental, claro, a responsabilização dos vândalos pelos ataques, que ainda estão sob investigação e resultaram na prisão de mais de mil suspeitos. Quanto à democracia, é um regime, sim, imperfeito, mas ainda é o melhor que temos. É ela que permite opiniões divergentes e manifestações, desde que pacíficas. No caso dos atos de 8 de janeiro, os protestos perderam a legitimidade, porque, além de não respeitarem o resultado das urnas, foram violentos e atentaram contra os Poderes máximos do país, portanto atingiram a própria democracia.Sobre os Poderes, há problemas, sim, no Congresso Nacional e no polêmico STF, mas, apesar dos pesares, o mais importante é essas instituições funcionando. Em relação ao presidente Lula, ele ganhou a eleição e, agora, caberá governar para todos os brasileiros, e aos aliados de Bolsonaro, no caso a oposição, fiscalizarem o Executivo e se prepararem para 2026, pois é com projetos e ideias que se disputa uma eleição e alternam-se gestões. Isso é democracia, que saiu muito mais forte dos ataques de 8 de janeiro. Ao mesmo tempo, esses mesmos atos alertam que é preciso estar vigilante com a democracia, algo tão caro para um país.